quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Jovens engajados no trabalho voluntário

SITE ESTILO RS

Jovens, cada vez mais, realizam atividades voluntárias, seja numa entidade ou em comunidades carentes. As ações vão desde as doações de mantimentos, aulas de matemáticas e português para crianças com dificuldades de aprendizado até a realização de atividades que estimulam o raciocínio e a criatividade.

Segundo dados do Instituto de Geografia e Estatística de 2005 no Brasil, 19,7 milhões de pessoas são voluntárias, destes 31%, na faixa de 18 a 34 anos são jovens voluntários. Mas ainda é pouco, se comparado a outros países, como os Estados Unidos, no qual 62% realizam alguma atividade assistencial.

Os motivos que levam os jovens a procurar o trabalho voluntário é acreditar na melhora das desigualdades sociais do País, além de sentir-se útil e valorizado e poder fazer algo diferente no seu dia-a-dia. Esse é o caso de Priscila Yazkbeck, estudante de jornalismo da Faculdade Cásper Líbero, faz parte da "Atlética da Cásper", e usam o slogan: "Em algum lugar, podemos ser heróis". Ela conheceu o Lar Escola Cairbar Schutel (LECS), através de um tio que frequentava a entidade e a levou. Depois de um tempo, a estudante arrecadou alimentos em um campeonato da faculdade e sugeriu que fossem doados para a instituição.

E neste contato com os funcionários e outros voluntários do Lar, soube que as crianças tinham dificuldades no aprendizado. Foi quando Priscila, junto de cinco amigas atletas resolveram ajudar os pequenos do abrigo e a cada 15 dias por uma hora, dão aulas às crianças. "A ideia é ficar uma horinha com eles, mas sempre fomos ficando umas três horas, pois não queremos ir embora!", conta Marilia Kodic que também participa do projeto.

Desde maio, quando começou as aulas de português e matemática é notado o progresso, tanto no aprendizado das crianças como no comportamento. Antes tinham reações, como agitação, agressividade, irritação, tristeza e a perda de autoestima, causados pelo atraso escolar. Agora elas se esforçam para aprender, ficam ansiosas para ter aula e até em festas vão apenas após o termino do exercício. "Acho que algo que nos emociona é o carinho que elas têm, algumas até nos chamam de mãe!", diz Marilia.

Douglas Ono, conselheiro e voluntário do LECS, acrescenta, "Nestes poucos meses de atividade com estas carinhosas e dedicadas jovens, têm refletido de forma positiva nestas crianças e adolescentes com problema escolar crítico".

O estudante de Administração, Marco Aurélio Satomi, conheceu o LECS pela indicação do amigo Douglas Ono, que o incentivava a ser voluntário, sempre convidando para ir a eventos beneficentes do Lar. Desde fevereiro, Satomi realiza atividades lúdicas, quinzenalmente, aos sábados de manhã com os abrigados.

As tarefas realizadas por Satomi com as crianças estimulam o raciocínio, a criatividade e a analise crítica, além de passar noções de educação às crianças. Uma vez por semestre realizam atividades fora da entidade, como a ida em parques, zoológicos no qual fazem gincanas. Um fato que o marcou foi quando estava brincando com o Vítor (nome fictício) e escorregou e se machucou. "O garoto todo preocupado me acompanhou e me ajudou a andar", relembra.

Além de realizar o trabalho voluntário no Lar Escola, com a ajuda da entidade ABREUNI (Aliança Beneficente Universitária de São Paulo), através do projeto "Educando o Futuro" que tem como objetivo a melhoria no desempenho escolar de crianças e adolescentes. Marco Aurélio já lecionou para pessoas não alfabetizadas e sempre incentiva amigos e parentes a ajudar outras pessoas. "Fiquei mais interessado ainda pelo trabalho voluntário, pois vi como é gratificante e bom tanto para mim como para o outro da ação", comenta.

Ser voluntário na juventude é a oportunidade de participar de uma atividade que vai contribuir no crescimento tanto pessoal como profissional. Além do aumento do círculo de amizades, o fortalecimento de novas potencialidades, espírito de trabalho em equipe, discutir problemas e soluções, ceder e escutar. Tudo isso ajuda os jovens, a desenvolver habilidades que poderão ser utilizadas no futuro. "Com uma simples ação é possível sim fazer a diferença. Um pequeno gesto é capaz de dar novo sentido à nossa humanidade. E é isso que pretendemos repassar: esperança", afirma Marilia.

"Vendo estes jovens tão empenhados nestas ações solidárias tão importantes, vemos que o futuro da sociedade está garantido. É uma alegria muito grande vê-los se empenhando neste trabalho de doação", finaliza Ono, conselheiro do LECS.