A má qualidade do ar, causada principalmente pela poluição de veículos automotores, pode ser revertida com o uso de tecnologias limpas. A indústria caxiense tem alternativas prontas e testadas. Basta o poder público incentivar a sua adoção
Reconhecida mundialmente pelo seu potencial produtivo de veículos acabados e de autopeças para o transporte de cargas e coletivo de passageiros, além de equipamentos agrícolas, Caxias do Sul também se destaca pela preocupação de seu empresariado em desenvolver tecnologias que criem condições de mudar a atual matriz energética destes segmentos, sustentada quase que exclusivamente pelo diesel – derivado do petróleo, e juntamente com a gasolina e álcool dos veículos de passeio, um dos principais causadores da poluição atmosférica.
Estudo conduzido pela Universidade de São Paulo (USP) mostrou que, em 2008, foram gastos R$ 2,3 bilhões de recursos públicos somente com doenças e mortes decorrentes da poluição automotiva em seis regiões metropolitanas do Brasil: Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo. Trabalho do Laboratório de Poluição Atmosférica da USP acrescenta que, em dias de alta contaminação do ar, o risco de morte por doenças respiratórias e cardiovasculares aumenta de 12% a 17% em São Paulo.
A Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) do Estado de São Paulo destaca na abertura de sua página na internet que entre 10 e 12 pessoas morrem diariamente na capital paulista em decorrência da poluição do ar. Também lembra que habitantes de cidades como São Paulo vivem, em média, um ano e meio a menos do que as pessoas que moram em municípios de ar mais limpo. No mundo, segundo estudo da Organização Mundial da Saúde e do Banco Mundial, a poluição atmosférica mata de 2,5 milhões a 4 milhões de pessoas por ano.
“A frota automotiva é a verdadeira vilã do problema de poluição do ar”, sustenta o professor da Faculdade de Medicina da USP e coordenador do Laboratório de Poluição, Paulo Saldiva. Segundo dados da Cetesb, os meios de transportes são responsáveis por 90% da poluição de São Paulo
Por Roberto Hunoff
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