quinta-feira, 1 de julho de 2010

Coleta Seletiva

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A partir da Coleta Seletiva porta a porta implantada nos 150 bairros de Porto Alegre, 60 toneladas de Lixo Seco são distribuídas diariamente entre 8 Unidades de Reciclagem, criadas a partir da organização de determinados segmentos da população, excluídos da economia formal. Nestas Unidades, formadas por diferentes Associações de Recicladores, os materiais são separados, beneficiados, armazenados e comercializados, revertendo-se o produto de sua venda em renda para os 450 trabalhadores envolvidos no processo e suas famílias. Somam-se desta forma, benefícios sociais e ecológicos, dada a destinação ecologicamente correta dos resíduos, além do aumento da vida útil dos Aterros Sanitários.

METODOLOGIA
A implantação da Coleta Seletiva no município de Porto Alegre aconteceu por etapas a partir de 1990, beneficiando o bairro Bom Fim. O programa foi então progressivamente ampliado até Agosto de 1996, quando todos os bairros passaram a ser atendidos. Depois do Bom Fim foi a vez da Cidade Baixa e Menino Deus, em 1990. No final de 1991 já eram atendidos 16 bairros, além de 60 Escolas Municipais, Estaduais e Particulares. No ano seguinte o serviço foi estendido a mais 37 bairros e no final de 1993 eram 61 bairros beneficiados.

A ampliação seguinte se deu em 1996, quando a Coleta Seletiva foi ampliada às regiões restantes.Desde o início da implantação deste serviço, foi executado um programa de divulgação, que consistiu na distribuição de folhetos com instruções, além da difusão de mensagens com o uso do carro som. Paralelamente promoveram-se nas comunidades eventos festivos de caráter conscientizador, com a participação de grupos de teatro, atingindo desta maneira os mais diversos públicos. Além destes eventos desenvolveu-se um programa de Educação Ambiental, voltado principalmente para as escolas, mas atendendo também empresas, hospitais, e repartições públicas.

A partir deste ano passou a dividir o material com a Associação de Catadores de Materiais Recicláveis, cuja Unidade de Reciclagem foi instalada na Vila Santíssima Trindade. Com o objetivo de se obter um conhecimento mais aprofundado sobre o grupo de aproximadamente 300 pessoas que sobreviviam da catação no antigo lixão da Zona Norte, iniciou-se o seu cadastramento. Foram selecionadas as pessoas que trabalhavam diretamente com o manuseio do lixo, afastados os pontos de comercialização existentes no local e igualmente afastados os menores.

A partir daí foram realizadas várias reuniões onde discutiu-se temas referentes a Cooperativismo, Autogestão, materiais recicláveis, utilizando-se recursos áudio visuais.O processo organizativo deste grupo teve seu ponto de culminância com a inauguração da Unidade de Reciclagem do Aterro da Zona Norte , em Julho de 1992.À medida que a Coleta Seletiva ia abrangendo novos bairros, aumentou o volume de Lixo Seco coletado, o que viabilizou a formação de novas Unidades.

A partir de 1996, com a relocação da Vila Cai-Cai para o Loteamento Cavalhada, o DMLU passou a contar com a parceria da Secretaria Municipal da Produção Indústria e Comércio.
Nesta Secretaria o Projeto de construção de Unidades de Reciclagem inseriu-se no Programa de Ações Coletivas, de fomento a grupos , propiciando financiamentos para aconstrução de novas instalações e compra de equipamentos.

Tratam-se de Associações autônomas, responsáveis pela triagem final do Lixo Seco e subsequente venda das matérias primas às Indústrias ou intermediários. Todas as Associações são constituídas juridicamente , mediante Estatutos e Regimentos Internos, afirmando desta forma sua autonomia Administrativa. As Unidades de Reciclagem são galpões cobertos , construídos em alvenaria ou madeira , a partir de projeto desenvolvido por técnicos do DMLU a partir da observação do trabalho , visando minimizar os esforços físicos dos trabalhadores.

Nos Galpões de Reciclagem os materiais coletados são classificados, beneficiados , armazenados e posteriormente comercializados pela Associações com as quais a Prefeitura mantém Convênio para a utilização dos espaços e equipamentos. Em algumas Associações o Convênio abrange a utilização tanto dos prédios quanto dos equipamentos, em outras parte dos prédios e equipamentos e outras ainda apenas a utilização dos equipamentos. Prevê ainda que as próprias Associações sejam responsáveis pela manutenção dos prédios e equipamentos. Todo o rendimento proveniente da venda dos materiais reverte-se em receita para as Associações.

Hoje os rendimentos dos trabalhadores das Unidades de Reciclagem varia de R$ 200,00 a R$ 350,00. São recolhidas de 30 a 36 cargas de Lixo Seletivo diariamente e sua distribuição se dá de acordo com a capacidade de recepção de cada Unidade . Esta distribuição se dá em função das dimensões da Unidade, do número de pessoas envolvidas e seus ritmos de trabalho. Este dado é previamente acordado entre o DMLU e as diferentes Associações.

A partir do acompanhamento sistemático do trabalho nas Unidades, no sentido de capacitá-los tecnicamente bem como torná-las mais organizadas, foi possível a implantação de uma série de rotinas, previstas no próprio Convênio anteriormente citado, com o objetivo de quantificar os dados relativos à produção de cada uma delas e que somados representam os Dados Oficiais relativos à Coleta Seletiva no Município de Porto Alegre.

Download do material completo: UNIDADES DE RECICLAGEM NO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE

Conteúdo fornecido pelo DMLU de Porto Alegre

AUTORES

Mayra Hias Moreira Huergo —Arquiteta

Carlos Augusto de Azambuja Alves — Sociólogo

Vilmar Gladimir Bica Velasques — Assessor Ambiental

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