terça-feira, 3 de agosto de 2010

Regência projetada em construções antigas

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Dueto de projetos de retrofit – adequação de construções antigas a novos usos, com a sua consequente reintegração à vida urbana –, a Sala São Paulo de Concertos e a Cinemateca Brasileira têm em comum o autor, arquiteto Nelson Dupré. Os prédios do terminal da Estação Júlio Prestes e o antigo Matadouro Municipal da cidade de São Paulo, respectivamente, tiveram as suas características respeitadas e receberam estruturas e materiais em contraponto aos originais. Esse tipo de intervenção, de recuperação do patrimônio histórico, faz parte de tendência crescente na arquitetura.

– Copa e Olimpíadas vão colocar em evidência as cidades – ressalta o arquiteto, em relação aos municípios que sediarão os dois eventos e terão a necessidade de adequar as suas estruturas.

Novos balcões da sala da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, na Estação Júlio Prestes, a 30 metros da ferrovia, tornaram ainda mais complexa a questão acústica do projeto premiado do arquiteto.

Recentemente, o professor esteve em Porto Alegre, a convite da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura do Rio Grande do Sul (AsBEA- RS), para falar dessas duas obras, com a autoridade de quem recebeu o prêmio de honra 2000 da United States Institute for Theatre Technology pela sala de concertos com uma solução técnica impressionante. O projeto acústico é concebido para fazer o som reverberar por meio do forro móvel, que se movimenta por meio de placas:

– Aí a orquesta tem o benefício de poder ajustar a sala conforme a necessidade do concerto – simplifica Dupré, ao explicar detalhadamente os movimentos de forro que correspondem a andamentos de partituras.

Roteiro convertido– Resgatamos o desenho essencial dos galpões com peças de aço e vidro nas aberturas e no anexo, além de restabelecermos o perfil de cobertura do galpão – diz o arquiteto Nelson Dupré, que usou estrutura de tesoura poliarticulada na execução da atual Cinemateca Brasileira, para contrapor uma solução atual.

Formatada por meio de intervenção arquitetônica no complexo do antigo Matadouro Municipal da cidade de São Paulo, a Cinemateca conta com sala de cinema com 230 lugares. Dupré passou a coordenar nos anos 2000 a conversão do prédio de 1865, cedido ao Ministério da Cultura para a Cinemateca, com o objetivo de mostrar as suas disfunções e expor as mudanças na arquitetura de maneira evidente. Um quesito importante na readequação de uso consiste na solução acústica.

– Na sala de cinema, o som tem que morrer imediatamente – ressalta Dupré, ao contrário do que precisa ocorrer na sala de concertos.

A sala BNDES que ocupa parte de um galpão do complexo do Matadouro Municipal de São Paulo, tem mecanismo de controle da luminosidade.

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